Criado em 2024 em Coimbra, o “sarau do ouriço” surgiu como espaço de troca poética e artística, espontânea e popular. Alargando os conceitos do que é poesia e de quem pode se considerar poeta, o sarau, além de trazer poetas convidados distribuídos em rodadas de leituras de poemas, também oferece microfone aberto para qualquer pessoa ler em voz alta (ou seria publicar?) o que escreve. Afinal, texto publicado é texto colocado no mundo, seja em livro ou na voz de um trovador.
Em referência ao texto “Que coisa é a Poesia” de Jacques Derrida, em que o autor compara a poesia ao acidente causado por um ouriço atravessando a estrada, no “sarau do ouriço” também provocamos acidentes cada vez que alguém lê um poema pela primeira vez, cada vez que se deixam no ar palavras nunca antes pronunciadas ou aquelas que amamos e já pronunciamos milhares de vezes.
O sarau do ouriço já foi realizado quatro vezes em Coimbra, com periodicidade trimestral. O evento, nascido no Mestrado em Escrita Criativa da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, foi criado pela mestranda amanda santo, poeta e escritora brasileira, e é realizado com a colaboração de uma equipe de escritoras (também mestrandas) brasileiras e portuguesas.
