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Macaé conta Carukango

Arte

Performances Artísticas

Macaé Conta Carukango é um espetáculo multilinguagem pioneiro, que articula teatro, música ritualística afro-brasileira, capoeira, performance, dança e memória insurgente em uma experiência profundamente imersiva e politicamente carregada. Inspirado na trajetória de Carukango — homem negro escravizado e líder quilombola do século XIX na região de Macaé (RJ) — o espetáculo constrói um quilombo cênico, um território simbólico de resistência, ancestralidade e reinvenção cultural onde múltiplas linguagens se entrelaçam.

No centro desta criação está o corpo enquanto tecnologia ancestral: um veículo vivo de saberes e potências que transcendem o tempo e a opressão. A capoeira emerge como linguagem corporal ancestral, combinando luta, dança e ritual, uma expressão performativa que subverte e reconstrói narrativas coloniais. A música ritualística, conduzida pelos ogans de terreiro, atua como tecnologia sonora ancestral — capaz de convocar, transformar e conectar o presente ao sagrado e às histórias do passado.

A atriz negra LGBTQIA+ periférica protagonista incorpora essa força vital, sua voz e corpo transformam o palco em espaço de visibilidade e insurgência, trazendo à cena a potência das margens e das identidades múltiplas.

Esteticamente, o espetáculo dialoga com o modernismo brasileiro (em especial com a vanguarda de Mário de Andrade e Tarsila do Amaral) e com as irreverências da patafísica jarryana, criando um universo cênico onde o ritual ancestral e o experimentalismo moderno se encontram para reinventar a experiência do espectador.

“Macaé Conta Carukango” é, assim, um corpo múltiplo em movimento: voz, som, ritmo, gesto e memória que desafiam a linearidade do tempo e a lógica dominante. Um convite para habitar um espaço simbólico de liberdade, resistência e reexistência, onde arte e ancestralidade se manifestam como tecnologias de cura e revolução.

Ao chegar ao MATE Festival 2025, o espetáculo expande seu alcance internacional, promovendo um diálogo intercultural vibrante e um espaço de reflexão sobre racismo, gênero, ancestralidade e as novas formas de narrar histórias que ressignificam o presente e projetam futuros possíveis.

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