A proposta contempla a apresentação do show Pra Ficar de Pé, do artista Lasserre, em formato solo, especialmente adaptado para o festival. Embora originalmente concebido em trio, o espetáculo se molda às necessidades de cada proposta e, neste caso, será apresentado com voz, violão e percussão, sem perder a força cênica e simbólica de sua criação.
Com 12 faixas autorais e inéditas, o show tem duração média de 1h20 e propõe uma experiência imersiva, onde som, corpo e luz se entrelaçam. Através de um sistema de automação cênica, desenvolvido por Lasserre ao longo de 13 anos de pesquisa, a iluminação é acionada em tempo real pelos instrumentos musicais, unindo performance e tecnologia. Essa inovação lhe rendeu o Prêmio Copergás de Melhor Pesquisa Sonoro Visual, no festival Janeiro de Grandes Espetáculos.
A proposta parte da intersecção entre tradição emodernidade, onde elementos ancestrais, como o berimbau e a oralidade das culturas afro-brasileiras, dialogam com recursos contemporâneos de automação e programação. O show revela a multiplicidade de Lasserre como músico, iluminador e criador de experiências sensoriais.
O título, que também nomeia uma das canções do repertório, remete ao universo simbólico da capoeira, onde o equilíbrio e a consciência corporal são essenciais. O refrão pra ficar de pé tem que saber cair sintetiza a mensagem central: autoconhecimento, resistência e ancestralidade como pilares para se manter erguido diante da vida.
O espetáculo atravessa ritmos como maracatu, afoxé, frevo e outras expressões afro-pernambucanas, mesclando-os a camadas eletrônicas e texturas contemporâneas. A capoeira, que integra toda a construção estética de Lasserre, manifesta-se nos arranjos, nas simbologias e na corporeidade da apresentação.
Por fim, Olinda, cidade natal do artista, surge como paisagem afetiva e fundamento estético da obra. O show costura memórias, vivências periféricas, espiritualidade e afetos, tendo como alicerce a percussão, linguagem primeira de Lasserre e pulsação viva de sua trajetória.
