Forms in Flux
A obra propõe uma experiência imersiva em realidade mista, onde o público interage com esculturas digitais usando apenas as mãos, sem controles físicos. Ao mover o corpo, o usuário reorganiza elementos tridimensionais no espaço virtual, ativando composições únicas a partir da manipulação direta. O projeto parte de uma releitura da obra Bicho, de Lygia Clark, em que a artista propõe esculturas manipuláveis e mutáveis. Aqui, esse princípio é expandido ao ambiente digital, onde a escultura não é mais um objeto físico, mas uma forma fluida que emerge da relação entre corpo e código.
As formas não se apresentam como peças fixas, mas como módulos que podem ser combinados e reposicionados em tempo real. A obra não busca uma configuração final, e sim a ativação constante da escultura por meio da presença do usuário. Essa interatividade sensível — sem botões, luvas ou joysticks — propõe uma experiência mais intuitiva, onde o corpo atua como interface. A proposta insere-se no campo das artes tecnológicas e investiga a escultura como linguagem expandida, que se constrói na instabilidade entre o físico e o virtual.
Ao deslocar a manipulação escultórica para um ambiente digital acessado por meio do corpo, o projeto reflete sobre novas materialidades e modos de participação. A criação deixa de ser exclusivamente do artista e passa a ser compartilhada, aberta à improvisação e ao acaso. O gesto de tocar, mover e recompor a escultura, herança direta de Lygia Clark, é aqui ressignificado no contexto da arte imersiva.
Sobre o Duo
Elvys Chaves e Carlo Schiavini formam um duo dedicado à criação de experiências imersivas que cruzam arte, tecnologia e corporeidade. Suas pesquisas investigam os limites entre o real e o virtual, desenvolvendo obras interativas que utilizam sensores, realidade aumentada e ambientes digitais como espaço escultórico. Juntos, exploram formas de presença e participação sensível em ambientes computacionais, propondo novas possibilidades para o encontro entre corpo, imagem e escultura.
