Fratura é uma performance-instalação que parte da violência histórica e cotidiana que atravessa corpos brasileiros, com foco na memória da chacina ocorrida no bairro Benfica (Fortaleza, Brasil) em 2018. A ação performativa — baseada na experiência real de uma sobrevivente, a própria artista — articula gesto, ruína e reconstrução. O trabalho propõe a partilha de uma memória traumática através da destruição de 80 tijolos, organizados em forma de muro.
Falar de violência, sendo uma mulher brasileira oriunda da segunda capital mais violenta do país, é também investigar — no corpo, no movimento na prática — possíveis estratégias de sobrevivência. A performance evoca perguntas urgentes que atravessam territórios: Que silêncios sustentam as estruturas da violência? Como reinscrever, nos fragmentos, a possibilidade de permanecer? Em FRATURA, o corpo da artista torna-se um lugar de escuta e reexistência, em um ritual de destruição e reconstrução que se quer coletivo.