O tempo tem sido uma fixação nas composições do espanhol Hilario Rodeiro, sobretudo nos aspectos da sua perceção e na forma como se manifesta. As peças do seu último disco são inspiradas nas pausas do quotidiano, em vários instantes e intersecções entre momentos diferentes, que precedem e anunciam outros, que concluem ou repousam… ou que simplesmente acontecem.
Pausa move-se na fronteira entre o pop-rock instrumental, a música de câmara e o jazz experimental. Segue a linha da música de vanguarda que editoras como a ECM ou a ACT têm vindo a apoiar nas últimas décadas, com artistas como Bobo Stenson, Jakob Bro ou E.S.T.. O álbum foi lançado em junho de 2024 e inclui uma obra inteiramente enquadrada na reflexão sobre o tempo e os momentos. As composições assentam numa emoção profunda e sincera em cada uma das melodias e texturas que soam na obra, tentando captar a essência de cada pausa escolhida.
Hilario é um músico galego (Santiago de Compostela, 1981) que vive há 15 anos nos arredores de San Sebastian, Gipuzkoa. Teve a oportunidade de atuar com inúmeros artistas internacionais como Gordon Lee, Sabine Kühlich, Chris Kase, Bob Sands, Andrej Olejnizack, Ilja Reijngoud, Deborah Carter, bem como com grupos de renome como Pamplona Jazz Orquesta, R.S.Faktor, CiTriC, Los Wachisneis, entre muitos outros.
Como compositor, criou a paisagem sonora e a música para espectáculos de dança contemporânea como Orígenes, Elektrical Body e Transoceánica (Dínamo Danza) e Nikola (Atalak). Ganhou prémios como o BBK para melhor álbum (R.S.Faktor, 2012), V Concurs de Jazz de Barcelona (Citric, 2009), Academia de la Música (Mama Cabra, 2006).